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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

Beijo de rua

Foi na esquina, na curva Onde não se via a vida real Vai-se virar o mundo Na via da vida De um lado se esquecia O que se passava Para ver o que viria acontecer, O que viria a ser Selado o beijo do futuro Um suspiro ofegante Protegido ao olhar censurado Entregue ao futuro incerto Que ficaria marcado Na frente do mercado Um amor protegido Prometido a eternidade Ao coração curvado Do sinal aberto Para a travessia Resistia ao que se dizia Para ser o que queria Somente amar, apenas beijar

O piscar do olhar

Antes se ser o que queremos, Precisamos ser o que somos. Antes da noite, É necessário viver dia. Depois do pôr do sol, É inevitável não aproveitar a noite. Não sabe superar a dor, Jamais conseguirá vivenciar a ternura. O valor do amor, Dá-se-a pela capacidade de conquista. A plenitude da felicidade se fará Quando a sedução for recíproca.

Hidrolândia

Sem rumo, Sem rota, Sem chão, Sem vida. Sem terra aos pés, Nada abaixo, nada acima Intermediário ao vácuo Existência interditada. Sobrevida na água, Suculento empapusado, Enquistosomose sem cura, Banho de Aguardente.

Flores d'água

Estava um pouco sol, um pouco chuva, Um pouco frio, um pouco mormaAÇO... E o dia era confuso, A vIDA se confunDIA. Ao amanhecer, Irá nascer uma nova luz. Por causa da chuva, Despertará uma nova semente. Ao meio dia, O dia se tornou mais dia. Na fresta da sobra, Foi possível vislumbrar a hora passar. Por do sol despontou, Comunicou a ultraPASSAGEM. O brilho da luz que se apaga, Garantia que amanhã haverá um novo dia.

Iluminação da manhã

As noites de insônias Produzem dias sonolentos Almas caladas Rostos confusos Não sabe, o que dizer Como dizer? Ao léu, diz coisas ao vento Sem rumo, sem vida Cheio de manha Pela manhã Que a luz do amanhã Desperte um nova Pacha mama

Bicho cruel

Voo soberano Anuncia a hora final O aroma marca a hora da morte. É um prêmio sem merecimento. Banquete fácil Restos mortais Podre em decomposição Carniça e carniceiro estão no mesmo nivel, ambos na mesma podridão

O som da caatinga

Para a terra Sobrou o umbuzeiro Um cajueiro E o vaqueiro Ao homem restou O calor fresco Solidão ao sol E a imaginação A chuva virá Só não sabe quando E onde primeiro.. Tudo virá. Não é negada a bênção do céu Aqui se espero A água fresca Chuva de pingos fortes O broto da semente Os verdes das plantas O fruto será a recompensa Uma bênção sagrada

Pulso das horas

Ritmo do vento Quebra a ordem do ciclone Tempo limpa as horas De longe apenas vulto Distância apaga as sombras De um tempo passado Despedida do instante De um momento Que daqui se foi Fagulha de momentos Lembranças do daqui a pouco Apagadas por descuido Memórias são histórias eternizadas Que marcam o futuro Trilhas a se re-caminhar Olhar do outro lado

Café da manhã

Cafeina que agita o sangue  Nutri a alma de adrenalina Levanta o olhar preguiçoso  Torna ereto a máquina humana  Pó preto com sacarose Porção mágica inebriante  Destruidor das lembranças noturnas Desembriagou a sonolência do olhar Desarmou o amanhecer  Fortaleceu o pulsar das veias Chamou as pressas ao universo Desassossegou a noite aconchegante Conectou a feição serena Ao mundo selvagem  Pariu a dormência Em demência para agitação descabida  De um mundo sem sentido A uma gente desconhecida De olhar confuso, que sabe onde vai Mas, não entende por que vai Desesperada em busca do nada    

Estrelas sem brilho

Se as estrelas do céu sumir Se a luz do sol apagar Se a noite não vier  Se o amanhecer não despertar  Não fará mais sentido  Não haverá mais motivos Me perderei no caminho Serei estátua sem expressão  Setas sem rumo Círculos abertos Quadrados sem fronteira Existência sem vida

Fadas

Fadado ao nada Da rotina Enfadado pelo destino Fracassou  Faltou visão de futuro  Dado ao mirante sem farol Olhar vazio Boca seca  Sorriso amarelo Fadas -- são seres que não existem para aqueles que nada querem ver.

Flores raras

Filho do sertão  Da seca castigada  Balançado em rede de armador  Embalado pelo baião  Sustentado por gogó  Fortalecido no cuscuz  Sol que queimou o fiasco Fortalecido pela seca do sertão  Deserto enfeitado por coroa de frade  O cinza da seca Que enfeita o nada Terra sem floresta Paisagem compacta de cactos Espinhos cheios de vida Seca desidratada a meia noite Flores raras brotam Em lugares impróprios.

MAR DE SABORES - ITACARÉ

Mar de sabores Aqueles humanos/peixes Que jogam suas redes Para amar Se banhar Se amarrar Não apenas pelo mar Nem pelo peixe Apenas para estar Lançados de braços para natureza  Pela delícia de ser  Paisagem de um mar De ondas que chocam as pedras, Que apenas não dividem praias Mas, marcam os humanos Lugares de pescadores e marisqueira Trabalhadores e banhistas Forjados pelos sinais do paraíso  Humanos vivem deslumbrados Desnudo de si Deslumbrado em SER Apenas em SER Somente para viver Nativos desnudos Se fazem de mudos Falam sem dizer  Expressam a essência do viver/ser. Lançam, se lançam  A rede, o sonho. Itacaresenses são âncoras  Que seduz estrangeiros a viver O encanto da contemplação  Ensinam aos humanos A curtir, a saborear o belo  O sustento   Buscado no mangue,  No mar, no rio. Expressa a essência de ser. Vida brotada  Em explosão de beleza. Desnudada Da nudez a ser transgredida Visto que no paraíso não há pecado A praça deu o som Mela

Cama de lama

Na cama de lama Dorme aqueles sem culpa. Na lama clamam, chafurdam feitos suínos  Suvinos cheios de desculpas. Por sono... buscam motivo, Sem motivo não se sonha Não adormece... adoece. A vida é adormecida sem compaixão.

LEGO

Todos os dias te dou parte de mim. Compartilho lados, Posições e olhares Gosto de brincar de lego, Encaixo as peças Formo brinquedos A vida é um playground A vida acontece aqui fora. O nosso avesso é travesso. Somos fascinados por olhares. E manipulados por desejos.

Laguna

Se um dia viver for demais. Se a rotina for chata Se as pessoas forem insuportáveis Se a rotina cansa Podemos virar dunas Que se move Que transforma Que formam. Que encantam Não descansa Até formar uma laguna.

Pelada no sonho

Não será pela solidão  Nem por ilusão  Nem por decepção  Nem por falta de emoção  Não será para amanhã  Não será para depois  Afeto é graça... E de graça. É pra hoje Sofisticação despropositada Ousadia transviada  Existência transgredida  Na vida Pelo mundo Pelada no sonho Pesadelo dos outros Se não aguentar a pressão  Da dona Da Elza  Da vida... dorme que passa. Apenas por PROVOCAÇÃO. Viver é arte do capricho.