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Mostrando postagens de 2014

Ao jardim, o mundo

Ao jardim, o mundo Ao jardim, o mundo, renovado em ascensão, Parceiros potentes, filhas, filhos, em prelúdio, O amor, a vida de seus corpos, ser e sentido, Curioso, contemple aqui minha ressurreição, após o sono; Os ciclos em revolução, em seu amplo movimento, aqui me trouxeram outra vez, Amoroso, maduro – tudo belo para mim – tudo maravilhoso; Meus membros, e o fogo trêmulo que folga neles, pelos mais maravilhosos motivos; Existindo, eu perscruto e penetro ainda, Contente com o presente – contente com o passado, Ao meu lado, ou atrás de mim, Eva me seguindo, Ou à frente, e eu a segui-la do mesmo jeito. To the Garden the World To the garden, the world, anew ascending, Potent mates, daughters, sons, preluding, The love, the life of their bodies, meaning and being, Curious, here behold my resurrection, after slumber; The revolving cycles, in their wide sweep, have brought me again, Amorous, mature—all beautiful to me—all wondrous; My limbs, and the quivering fire that ever plays t

Sozinho

Não fui, na infância, como os outros e nunca vi como outros viam. Minhas paixões eu não podia tirar de fonte igual à deles; e era outra a origem da tristeza, e era outro o canto, que acordava o coração para a alegria. Tudo o que amei, amei sozinho. Assim, na minha infância, na alba da tormentosa vida, ergueu-se, no bem, no mal, de cada abismo, a encadear-me, o meu mistério. Veio dos rios, veio da fonte, da rubra escarpa da montanha, do sol, que todo me envolvia em outonais clarões dourados; e dos relâmpagos vermelhos que o céu inteiro incendiavam; e do trovão, da tempestade, daquela nuvem que se alterava, só, no amplo azul do céu puríssimo, como um demônio, ante meus olhos. Alone, Edgar Allan Poe

Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,  Muda-se o ser, muda-se a confiança:  Todo o mundo é composto de mudança,  Tomando sempre novas qualidades.  Continuamente vemos novidades,  Diferentes em tudo da esperança:  Do mal ficam as mágoas na lembrança,  E do bem (se algum houve) as saudades.  O tempo cobre o chão de verde manto,  Que já coberto foi de neve fria,  E em mim converte em choro o doce canto.  E afora este mudar-se cada dia,  Outra mudança faz de mor espanto,  Que não se muda já como soía.  Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

CHOVE. HÁ SILÊNCIO, PORQUE A MESMA CHUVA - FERNANDO PESSOA

CHOVE. HÁ SILÊNCIO, PORQUE A MESMA CHUVA Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva Não faz ruído senão com sossego. Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva Do que não sabe, o sentimento é cego. Chove. Meu ser (quem sou) renego... Tão calma é a chuva que se solta no ar (Nem parece de nuvens) que parece Que não é chuva, mas um sussurrar Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece. Chove. Nada apetece... Não paira vento, não há céu que eu sinta. Chove longínqua e indistintamente, Como uma coisa certa que nos minta, Como um grande desejo que nos mente. Chove. Nada em mim sente... 

SONETO 18 - Willians Shakespeare

~ Soneto 18 ~ Se te comparo a um dia de verão És por certo mais belo e mais ameno O vento espalha as folhas pelo chão E o tempo do verão é bem pequeno. Ás vezes brilha o Sol em demasia Outras vezes desmaia com frieza; O que é belo declina num só dia, Na terna mutação da natureza. Mas em ti o verão será eterno, E a beleza que tens não perderás; Nem chegarás da morte ao triste inverno: Nestas linhas com o tempo crescerás. E enquanto nesta terra houver um ser, Meus versos vivos te farão viver. William  Shakespeare

Quando Nós dois Partimos

Quando Nós dois Partimos Lord Byron quando nós dois partimos em silêncio, em prantos, em corações partidos e lástimas de anos tantos, quão branca a face torna e quão gelada, mais gelado ‘inda é teu beijo; previu aquela hora marcada a angústia que nesta hora vejo o orvalho da aurora escorreu, frio, em mim – como aviso de outrora do que sinto, enfim. teus votos quebraram, e a luz é teu brilho: do teu nome falam, e da vergonha compartilho. te dão nome diante de mim, som lúgubre que ressoa; tremores passam por mim por que me foste tão boa? não sabem que te conheci, quem te conhece tão bem: tanto sofrerei por ti, e entanto não saiba ninguém. escondo te conhecer – silencio meu lamentar, o que teu coração possa esquecer, teu espírito enganar. se acaso eu te encontrar depois de anos tantos como te encarar? com silêncio, em prantos.

Still I Rise - EU AINDA ME LEVANTO

Ainda assim, eu me levanto ( Maya Angelou) Você pode me riscar da História Com mentiras lançadas ao ar. Pode me jogar contra o chão de terra, Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar. [...] Pode me atirar palavras afiadas, Dilacerar-me com seu olhar, Você pode me matar em nome do ódio, Mas, ainda assim, como o ar, eu vou me levantar. [...] Da favela, da humilhação imposta pela cor Eu me levanto De um passado enraizado na dor Eu me levanto Sou um oceano negro, profundo na fé, Crescendo e expandindo-se como a maré. Deixando para trás noites de terror e atrocidade Eu me levanto Em direção a um novo dia de intensa claridade Eu me levanto Trazendo comigo o dom de meus antepassados, Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado. E assim, eu me levanto Eu me levanto Eu me levanto.

A dificuldade em ser...

És Um HOMEM, Se...Se és capaz de conservar o teu bom senso e a calma, Quando os outros os perdem, e te acusam disso, Se és capaz de confiar em ti, quando te ti duvidam E, no entanto, perdoares que duvidem, Se és capaz de esperar, sem perderes a esperança E não caluniares os que te caluniam, Se és capaz de sonhar, sem que o sonho te domine, E pensar, sem reduzir o pensamento a vício, Se és capaz de enfrentar o Triunfo e o Desastre, Sem fazer distinção entre estes dois impostores, Se és capaz de ouvir a verdade que disseste, Transformada por canalhas em armadilhas aos tolos, Se és capaz de ver destruído o ideal da vida inteira E construí-lo outra vez com ferramentas gastas, Se és capaz de arriscar todos os teus haveres Num lance corajoso, alheio ao resultado, E perder e começar de novo o teu caminho, Sem que ouça um suspiro quem seguir ao teu lado, Se és capaz de forçar os teus músculos e nervos E fazê-los servir se já quase não servem, Sustentando-te a ti, qu

A história constrói-se a cada dia

Talvez para alguns brasileiros seja fácil falar de algumas coisas... difícil no Brasil é ser.... É ser nordestino, empregada doméstica, ser gay, ser puta, ser pobre, ser negro, ser umbandista, ser serciado o princípio básico da brasilidade em igualdade de direitos. Mas, a vida segue motivado por utopias que transforma aqueles que acredita em dias melhores, de uma nação mais humana e respeitosa as fragilidades das minorias deste país, que não são mais minorias. Mas, uma força que se move de maneira pragmático defedendo os direitos conquistados. A criticidade permanente é o ato mais político, que permanece vivo em cada sujeito.

Corações despedaçados...corações feridos...

Ao contrário da redundância que achamos que nossa dor é sempre maior que a do outro. como diz Caetano Veloso: “ Cada um sabe a dor E a delícia De ser o que é...” A vida vai ganhando novo contornos, como se fosse um rio que segue seu percurso natural, com frustrações e angústias. Momentos de alegrias, tristezas, solidão e vazio. Mas, cheio de esperança por um amanhã restaurador. Antes de você entrar na minha vida De se decidir por mim Por minha história Haverá de ter clareza de saber bem Quem eu sou Pra depois não me dizer Ter se enganado Eu não posso ser o que você quiser Se mesmo assim quiser ficar Seja bem vindo ao se u lugar À este coração E hoje não quer mais se aprisionar

Saindo da cena pra observar como a vida segue...

Alguns escolhas depende da minha vontade, outras independe meus desejos, pois são mais fortes que a mim mesmo. Quem dera que eu fosse o bastante, para poder domar meus próprios monstros.  As vezes racionalizar é fácil, complicado é tomar decisões.  Pois, em cada uma delas, reque renúncia, deixar de lado, a quem amamos. Não é simples deixar de lado amores perdidos. Como diz o poeta, Drummond de Andrade: Que pode uma criatura senão entre criaturas, amar? Amar e esquecer? Amar e malamar Amar, desamar e amar Sempre, e até de olhos vidrados, amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso, Sozinho, em rotação universal, se não rodar também, e amar? Amar o que o mar trás a praia, O que ele sepulta, e o que, na brisa marinha é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou adoração expectante, e amor inóspito, o áspero Um vaso sem flor, um chão de ferro, e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave

Hoje é seu aniversário - 19 de abril

  A vida segue seu percurso além de nossas vontades e/ou caprichos pessoais. Os encantos ou desencantos independe de nossas vontades pessoais, mas do mero acaso diário, estresse, ou ainda, dos caprichos momentâneos que ganham contornos de verdades absolutas, que tem pretensões em revelar a tua verdade, a minha verdade, a nossa verdade. Porém, nem sempre a sinceridade. Mas, que na maioria das vezes não desvenda em absoluto o sentimento verdadeiro, que na maioria das vezes permanece oculto a verbalização, mas não ao olhar sereno do sagrado, dos amigos, familiares ou do mundo. A veracidade do sentimento real está plasmada na história, de cada instante que torna-se em absoluto único, quando permitimos que prevaleça o amor, contrariando os caprichos pessoais de cada. Conforme Pablo Neruda, “não te amo como se fosse rosa de sal, topázio ou flecha de cravos que propagam o fogo: te amo como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma. Te amo como a planta que não flor

Você sempre soube de tudo... Mas, nunca fez nada por mim.

Durante anos você acompanhou os meus passos de alegrias e tristezas. Sempre soube dos meu gostos e desgostos, mas nunca importou-se. Não sei por que, será que não entendia!? da minha humanidade! Será que tanto faz, ou você, é assim mesmo, sem noção, sem coração, sem opção!? Vivi a alegria da conquista, mas a tristeza da solidão, do medo, de viver e morrer. Você esteve sempre perto, porém, nunca esteve junto. Em vez de boas palavras, de acolhimento, sempre expressões rudes. Tudo suportável.