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Mostrando postagens de novembro, 2014

CHOVE. HÁ SILÊNCIO, PORQUE A MESMA CHUVA - FERNANDO PESSOA

CHOVE. HÁ SILÊNCIO, PORQUE A MESMA CHUVA Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva Não faz ruído senão com sossego. Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva Do que não sabe, o sentimento é cego. Chove. Meu ser (quem sou) renego... Tão calma é a chuva que se solta no ar (Nem parece de nuvens) que parece Que não é chuva, mas um sussurrar Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece. Chove. Nada apetece... Não paira vento, não há céu que eu sinta. Chove longínqua e indistintamente, Como uma coisa certa que nos minta, Como um grande desejo que nos mente. Chove. Nada em mim sente... 

SONETO 18 - Willians Shakespeare

~ Soneto 18 ~ Se te comparo a um dia de verão És por certo mais belo e mais ameno O vento espalha as folhas pelo chão E o tempo do verão é bem pequeno. Ás vezes brilha o Sol em demasia Outras vezes desmaia com frieza; O que é belo declina num só dia, Na terna mutação da natureza. Mas em ti o verão será eterno, E a beleza que tens não perderás; Nem chegarás da morte ao triste inverno: Nestas linhas com o tempo crescerás. E enquanto nesta terra houver um ser, Meus versos vivos te farão viver. William  Shakespeare

Quando Nós dois Partimos

Quando Nós dois Partimos Lord Byron quando nós dois partimos em silêncio, em prantos, em corações partidos e lástimas de anos tantos, quão branca a face torna e quão gelada, mais gelado ‘inda é teu beijo; previu aquela hora marcada a angústia que nesta hora vejo o orvalho da aurora escorreu, frio, em mim – como aviso de outrora do que sinto, enfim. teus votos quebraram, e a luz é teu brilho: do teu nome falam, e da vergonha compartilho. te dão nome diante de mim, som lúgubre que ressoa; tremores passam por mim por que me foste tão boa? não sabem que te conheci, quem te conhece tão bem: tanto sofrerei por ti, e entanto não saiba ninguém. escondo te conhecer – silencio meu lamentar, o que teu coração possa esquecer, teu espírito enganar. se acaso eu te encontrar depois de anos tantos como te encarar? com silêncio, em prantos.

Still I Rise - EU AINDA ME LEVANTO

Ainda assim, eu me levanto ( Maya Angelou) Você pode me riscar da História Com mentiras lançadas ao ar. Pode me jogar contra o chão de terra, Mas ainda assim, como a poeira, eu vou me levantar. [...] Pode me atirar palavras afiadas, Dilacerar-me com seu olhar, Você pode me matar em nome do ódio, Mas, ainda assim, como o ar, eu vou me levantar. [...] Da favela, da humilhação imposta pela cor Eu me levanto De um passado enraizado na dor Eu me levanto Sou um oceano negro, profundo na fé, Crescendo e expandindo-se como a maré. Deixando para trás noites de terror e atrocidade Eu me levanto Em direção a um novo dia de intensa claridade Eu me levanto Trazendo comigo o dom de meus antepassados, Eu carrego o sonho e a esperança do homem escravizado. E assim, eu me levanto Eu me levanto Eu me levanto.