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Mostrando postagens de janeiro, 2008

O amor vai se tecendo....

Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e as praças tivesse um novo brilho Enfim, como se o mundo explicasse para que tinha sido feito. Como se vozes humanas enfim cantassema capacidade de prazer que era secreta em mim . A cada dia nasce um novo eu, um novo brilho que se faz em cada beijo seu. Te amo!

Deusa da Ilusão (Lulu Santos)

Jezabel, princesa de Babel de Babilônia e Xanadú Meu Xangrilá és tu tesouro do Eldorado Sou teu guerreiro de Esparta teu guardião Selena que me ilumina o céu e organiza os oceanos É teu meu tempo e mais é tua a minha história é teu meu reino da memória Ó Feiticeira de Judah que me incendeia e faz voar Sereia do meu mar astronave do meu ar Edelweiss do Himalaia tu és maia, tu és má Tu és a deusa da ilusão e eu te amo...

Oricurí (Segredos do sertanejo)

Oricurí madurou E é sinal, que Arapuá já fez mel Catingueira fulorou lá no sertão Vai cair chuva a granel Arapuá esperando Oricurí madurecer Catingueira fulorando Sertanejo esperando chover Lá no sertão, quase ninguém tem estudo Um ou outro que lá aprendeu ler Mas tem homem capaz de fazer tudo, doutor! Que antecipa o que vai acontecer Catingueira fulora: vai chover Andorinha voou: vai ter verão Gavião se cantar: é estiada Vai haver boa safra no sertão Se o galo cantar fora de hora: É mulher dando fora, pode crer Acauã se cantar perto de casa: É agouro, é alguém que vai morrer São segredos Que o sertanejo sabe E não teve o prazer De aprender ler Oricurí madurou E é sinal, que Arapuá já fez mel... by Clara Nunes Composição: João do Vale / José Cândido

A beleza Salvará o Mundo (Dostoievski)

Tu de nada suspeita se te preparas para mais um dia no mundo. Pode ser que de golpe, ao abrires a janela para a esplêndida manhã, te invada o temor: A cada dia nos fazemos resente à festa da vida. Impressiona-me essa presença do revés ausente, a constatação da precariedade da vida. Todos vão desaparecer, menos o amor que acabamos de construir...

Amor é um fogo que arde sem se ver...

Amor é um fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter, com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favornos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?

BILHETE

Se tu me amas, ama-me baixinho Não o grites de cima dos telhados Deixa em paz os passarinhosDeixa em paz a mim! Se me queres,enfim,tem de ser bem devagarinho, Amada, que a vida é breve, e o amor mais breve ainda... Mario Miranda Quintana

Baleia!

Deixara a rua. Levantou a cabeça, viu uma estrela, depois muitas estrelas. As figuras dos inimigos esmoreceram. Pensou na mulher, nos filhos e na cachorra morta. Pobre de Baleia. Era como se ele tivesse matado uma pessoa da família.

ZECA...

Vô Imbolar

Imbola vô imbolá Eu quero ver rebola bola Você diz que dá na bolaNa bola você não dá Quando eu nasci era um dia amarelo Já fui pedindo chineloRede café caramelo O meu pai cuspiu farelo Minha mãe quis enjoar Meu pai falou mais um bezerro desmamido Meu deus que será bandidoSoldado doido varrido Milionário desvalidoPadre ou cantor popular Nem frank zappa nem jackson do pandeiro Lobo bom e mau cordeiro Mais metade que inteiro Me chamei zeca baleiro Pra melhor me apresentar Nasci danado pra prender vida com clips Ver a lua além do eclipseJá passei por bad trips Mas agora o que eu queroÉ o escuro afugentar Faz uma cara que se deu essa empreitada Hoje a vida é emboladaBola pra arquibancada Rebolei bolei e nada Da vida desimbolá Vô imbolá minha farra Minha guitarra meu riff Bob dylan banda de pifeLuiz gonzaga jimmy cliff Poesia não tem donoAlegria não tem grife Quando eu tiver cacifeVou-me embora pro recife Que lá tem um sol maneiroFoi falando brasileiro Que aprendi a imbolá Eu vou pra luaEu v

Ai Se sêssese...

Se um dia nois se gostasse Se um dia nois se queresse Se nois dois se empareasse Se juntim nois dois vivesse Se juntim nois dois morasse Se juntim nois dois drumisse Se juntim nois dois morresse Se pro céu nois assubisse Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse a porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice E se eu me arriminasse E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse E a minha faca puxasse E o bucho do céu furasse Da vês que nois dois ficasse Da vês que nois dois caisse E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse by Cordel de fogo encantado.

Parte de mim...

Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. Uma parte de mim é multidão: outra parte estranhezae solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra partedelira. Uma parte de mim almoça e janta: outra partese espanta. Uma parte de mim é permanente: outra partese sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte,linguagem. Traduzir uma parte na outra parte que é uma questão de vida ou morte será arte? Ferreira Gullar

Metade

Que a força do medo que tenho Não me impeça de ver o que anseio Que a morte de tudo em que acredito Não me tape os ouvidos e a boca Porque metade de mim é o que eu grito Mas a outra metade é silêncio. Que a música que ouço ao longe Seja linda ainda que tristeza Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada Mesmo que distante Porque metade de mim é partida Mas a outra metade é saudade. Que as palavras que falo Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor Apenas respeitadas Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento Porque metade de mim é o que ouço Mas a outra metade é o que calo Que essa minha vontade de ir embora Se transforme na calma e na paz que eu mereço E que essa tensão que me corrói por dentro Seja um dia recompensadaPorque metade de mim é o que penso E a outra metade um vulcão. Que o medo da solidão se afaste E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na

Odes Triunfal

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical - Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força - Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro, Porque o presente é todo o passado e todo o futuro E há Platão e Virgílio dentro das máquinas e das luzes eléctricas Só porque houve outrora e foram humanos Virgílio e Platão, E pedaços do Alexandre Magno do século talvez cinquenta, Átomos que hão-de ir ter febre para o cérebro do Ésquilo do século cem, Andam por estas correias de transmissão e por estes êmbolos e