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Mostrando postagens de 2020

Vende-se flores mortas

Vende-se flores mortas Choro e gritos, em noites sem velha, nem velharia. Daqueles, que cavaram seus próprios túmulos, Tão fundo, quanto a alma daquele que cavou. Foi um só grito, Que será encaixado numa caixa de madeira, Amarrada em arrame farpado E cravadas em prego enferrujados. Faltará coveiro, Carregadores de caixões serão dispensados. Na caixa postal haverá vozes Que jamais serão escutadas. Incrédula, não conseguiu mais levar ninguém, Destruídas almas avisadas Corpos empilhados nas esquinas   Chefiadas em vida Toda flor carrega o estigma da morte, Quer seja da arrogância, quer seja despedida. A vala aberta sorriu sem máscara, À espera do último aconchego. De volta as partículas da existência. Que não foram cheiradas em vida Toda flor carrega o estigma da morte Quer seja da arrogância Quer seja despedida. Sobreviver é torna-se habite De corpos que não quero que me pertença. Flores com pétalas melancólicas não

Adormecer

Eu adormeço às margens do sonho. Eu desmaio às margens de um abismo. Desperto à espera de um novo sonho. E a vida fica em falta de novo olhar. De uma esperança talvez Da crença ao desacreditado. A vida se faz num olhar desesperado, E se acalenta num piscar de olhos.

pare o pausa

Na minha época, De portas fechadas era um horror. Era onde escondia as coisas terríveis. E agora, É normal. Na rua é proibido ficar. Vamos viver entre quatro paredes. De volta ao refúgio. Segue a vida Sem descanso Não para De viver Jogo online não tem pausa.

Gosma

EU, FICO SILENCIADO, COM PALAVRAS PRESA À GARGANTA SALTA AO DOMÍNIO. E SURTO AO SIGNIFICADO. E AO AO BICHO DA GOIBADA, SOU CAPAZ DE GRITAR: - DIZ, SEU GOSMENTO.

sobre aquele tempo

Não é saudade Era bom A vida fervia Do tempo que sentia o perfume Que a pele era próxima Respiração olfegante Olhar sincero De bom dia De vontade de tá junto De querer tá junto De ficar junto De conversas sem sentido De desejar tomar banho De curtir o corpo De sentir o amor espalhar

Sobre amor e Café

não vê

em silêncio mortal a cidade calada não diz não faz desfaz o feitos, depois dos defeitos. tudo estar no lugar mas não tem lugar é hora de largar o largado por todos os que falam não sabem de que falam porque falam quando falam onde estavam essa gente demente que desmente a mente ausente falta ar à desarmar o olhar de si e vê à frente olhar e não vê, é não querer vê aquilo que se vê não vê aquilo que se vê é má fé

A cegueira pode ser excesso de luz ou falta de luz

“E se eu fosse cego, e chegara à conclusão, ao cabo de cinco minutos com os olhos fechados, de que a cegueira, sem dúvida alguma uma terrível desgraça, poderia, ainda assim ser relativamente suportável se a vítima de tal infelicidade tivesse conservado uma lembrança suficiente, não só das cores, mas também das formas e dos planos das superfícies e dos contornos, supondo , claro está, que a dita cegueira não fosse de nascença. Chegara mesmo ao ponto de pensar que a escuridão em que os cegos viviam não era, afinal, senão a simples ausência da luz, que os chamamos cegueira era algo que se limitava a cobria a aparência das coisas, deixando-os intactos por trás do seu véu negro. Agora, pelo contrário, ei-lo que se encontrava mergulhado numa brancura tão luminosa, tão total, que devorava, mais do que absorvia, não só as cores, mas as próprias corisas e seres, tornando-os , por essa maneira, duplamente invisíveis”. (Ensaio sobre a cegueira. José Saramago).

A chegada

E então, a vida chegou apresentou-se de forma discreta e sem intenções em forma de coberta cobriu a aparência tornou-se visível a luz do dia um copo de... uma gota.. E um pão de... preencheu por descuido todos os lugares vazios até então chamado deserto

ISOLAMENTO

IsolaMENTO(E) é oportunidade Deparar-se com o nosso mundo Deixar o mundo Entrar no nosso mundo. ISOLARMENTO é separar, ISOLAR Iso é igual. LAR é meu mundo. MENTO é a parte inferior abaixo do lábio. A vida é dia ou noite tanto faz.

O segredo

Quem se oculta na fumaça do olhar, Guarda a sua verdade. Segrega o segredo de viver Olhar iludido pela imaginação De cara de verdade Que oculta outras verdades Desespero em saber Daquilo que já sei Nêgo, nega ... nega-se. Revelar é deixar aparecer. Transparecer é não conseguir esconder. Disfarçar é tentar esconder. Pra que saber o que já se sabe. Pra que dizer o dito. Bendito. Maldito é o esconde conde.

Em dias de sol, aprende-se cultivar as sombras

A marquise encobriu metade da popila cor de mel, Que a sombra delineiva as curvas do olhar, Seduzido pelas pálpebras de uma lágrima sorridente. Que encatava o canto do pássaro a um novo tom. A franja dava atitude as bochechas rosadas, De uma maçã que encontrou-se no pecado. Através do olhar de mel que curvava-se a dormência do afeto, Escondido no inverso da nuvem de chuva. A tela azul celestial apresentava-se através da dança das nuvens carregadas de sonhos. Movida por memórias afetivas, Que fazia brilhar a áurea escondida no vulto do sol.

Ao redor

Que o entardecer aconteça, Na hora certa. Que sol brilhe ao meio dia, Na hora certa. Que o coração se acalme, Na hora certa. Que o amor viva, Sempre no momento certo.