Vende-se flores mortas
Choro e gritos, em noites sem velha, nem velharia.
Daqueles, que cavaram seus próprios túmulos,
Tão fundo, quanto a alma daquele que cavou.
Foi um só grito,
Que será encaixado numa caixa de madeira,
Amarrada em arrame farpado
E cravadas em prego enferrujados.
Faltará coveiro,
Carregadores de caixões serão dispensados.
Na caixa postal haverá vozes
Que jamais serão escutadas.
Incrédula, não
conseguiu mais levar ninguém,
Destruídas almas
avisadas
Corpos empilhados
nas esquinas
Chefiadas em vida
Toda flor
carrega o estigma da morte,
Quer seja da
arrogância, quer seja despedida.
A vala
aberta sorriu sem máscara,
À espera do
último aconchego.
De volta as
partículas da existência.
Que não
foram cheiradas em vida
Toda flor
carrega o estigma da morte
Quer seja da
arrogância
Quer seja
despedida.
Sobreviver é
torna-se habite
De corpos que
não quero que me pertença.
Flores com pétalas
melancólicas não abre sorriso.
As pétalas
de terra cobriam o sorriso que não pode ser beijado.
Flores são para
esconder os odores da displicência e incoerência.
Não se ouviu
o último suspiro,
Jogaram
flores nos túmulos
E
sobreviventes, voltaram pra casa dormir.
E a última
lágrima presa brotou pelo canto do olho,
E aos poucos
despachou-se em rio, que seguia as cicatrizes
Daquele que
não soube esconder o fio da resistência.
Ela gosta de
perspicácia,
Tanto a que é,
quanto a que fala dela.
Ela não
morre, apenas anuncia.
Comentários