Entre o amanhecer e o meio dia
Acorda um olhar
Recalçado pelo desejo
Em despertar um novo velho
Maquiado para o mesmo dia
Manhã que será moldada
Pela faca do almoço.
Pela rosa que não se abriu.
Pelo sorriso amarelo
Envergonhado...tímido... sem rumo.
Não muda nada...
A sombra,
Ocupa o mesmo espaço na calçada.
A garganta,
Pronuncia as mesmas palavras.
Não será sofisticada a moldura
Do retrato na parede
Será civilizada a lembrança
De uma história de afeto.
Tomará
No satuário os santos
Já não recebe mais orações.
A moral civilizada foi envergonhada
Por uma tradição sem futuro.
A conversa é sobre os mortos
Têm mais falecidos
Do que vivo
E os vivos, são uns vivos mortos.
A espada da existência
Ultrapassou o mundo real
Perdeu-se o controle de tudo.
Resta apenas fragmentos de vida
Que não se sabe, o que fazer dela.
Pra lá, pra cá
Pra lugar nenhum.
Acabou o sonho,
Acabacabou as possibilidades
A vida é apenas um sopro.
A virgem senhora
Fecha a porta varias vezes na noite.
Medo
Mas, medo de que?
Qual a riqueza que está em jogo?
Recinto pertubador
Banheiro sem água
Bacia na piá
Mesa no canto da parede.
A aranha já construiu um castelo
Elo de ligação entre a mobilha.
Papelão nas portas
A vida virou uma peça de ficção
Não, isso é vida real.
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