Pular para o conteúdo principal

No alto do prédio...


Perto do céu, do seu ser,
O vento é uma companhia.
Olhar de cima à baixo,
Abaixo do olhar um submundo.


A forma ganhou o olhar,
Daqueles que não enxergava-o.
O homem não é visto,
Sua obra encobriu o olhar.

Limitação do olhar cravada,
Em cimento e tijolos.
“Não me vê, nem me viu,
Sou a neblina do teu olhar”.

Se não me vê,
Minha será tua vista.
Ao chegares, já não estareis.
Estarei em outro, eu sou minha obra.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A SEITA QUE DÓI MAIS - Aceita que dói Menos

Os que dizem quem sou Não sabem quem sou Querem que seja o que eles são  Mas, eles não sabem quem são Ser nada, ser tudo, ser os outros Ser lixo, Ser jóia Ser qualquer coisa Que diferença faz? O que quiser ser Como quiser ser Quem quiser ser Ser tudo que quiser, Menos ser os outros Figura repetida não completa álbum. Peça rara tem valor único. O preço de ser si mesmo, 

CHOVE. HÁ SILÊNCIO, PORQUE A MESMA CHUVA - FERNANDO PESSOA

CHOVE. HÁ SILÊNCIO, PORQUE A MESMA CHUVA Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva Não faz ruído senão com sossego. Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva Do que não sabe, o sentimento é cego. Chove. Meu ser (quem sou) renego... Tão calma é a chuva que se solta no ar (Nem parece de nuvens) que parece Que não é chuva, mas um sussurrar Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece. Chove. Nada apetece... Não paira vento, não há céu que eu sinta. Chove longínqua e indistintamente, Como uma coisa certa que nos minta, Como um grande desejo que nos mente. Chove. Nada em mim sente...